quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Paramentos e outras vestes


Alamar

Feixe usado para fechar a frente do pluvial, também pode ser chamado de "Razionale". Por vezes encontra-se o alamar no véu umeral ou nas vimpas.
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AmitoParamento usado no pescoço para cobrir a veste civil ou a batina antes de pôr a alva. Leia mais...clip_image004
BáculoInsígnia Episcopal que representa o cajado que o Bispo, pastor diocesano, usa para conduzir suas ovelhas.
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BarreteChapéu quadrado usado pelos clérigos junto ao hábito diário e, de maneira especial, com os paramentos. Sua cor varia de acordo com o grau hierárquico do clérigo.
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BatinaHábito talar usado pelos clérigos seculares e regulares que não possuem hábito próprio. É negra, possui 33 botões na parte central e 5 em cada manga, estendendo-se até os calcanhares.
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CáligasSapatilhas usadas pelos Bispos na forma extraordinária do rito romano.
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CamauroParamento pontifício usado com vestes corais. Consta de um pequeno gorro vermelho (ou branco) com pele de arminho.
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Capa magnaGrande capa usada pelos Bispos e Cardeais com vestes corais em sinal de solenidade. É violeta para os Bispos e vermelha para os Cardeais.
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CapeloChapéu negro sem ornamento usado pelos clérigos no dia-a-dia.
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CasulaManto sacerdotal usado sobre estola e alva. Seu significado remete ao caráter sacrificial da missa. Seu uso é obrigatório em todas as missas e proibido fora delas. Leia mais...
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ChirotecoeLuvas usadas pelos Bispos. Seguem a cor do tempo, como os demais paramentos. clip_image017
CínguloParamento usado para prender a alva junto ao corpo. Leia mais...
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ClaviFaixas verticais da dalmática. (cf. Dalmática) clip_image020
ClergymanParte da batina usada próxima ao pescoço, possui algumas variações, constando sempre de uma fita branca que fica mais ou menos à mostra. (cf. Batina)
CravosPequenos objetos usados pelos Arcebispos presos junto ao pálio
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Cruz PeitoralInsígnia Episcopal que consta de um crucifixo usado com um cordão ou em corrente simples.
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DalmáticaParamento diaconal usado sobre alva e estola. Ou insígnia episcopal que o bispo usa em ocasiões solenes sob a casula.
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EstolaParamento usado pelos clérigos sobre a alva ou vestes corais. Os diáconos a usam a tiracolo, os sacerdotes ao redor do pescoço e caindo sobre o peito.
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Faixa da BatinaFaixa de tecido usado pelos clérigos sobre a batina na altura do estômago.
(cf. Batina)
FanonParamento pontifício com formato semelhante ao da murça, usado sobre a casula e sob o pálio.
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FerraioloCapa solene usada pelos clérigos sobre a batina em ocasiões solenes fora da liturgia como formaturas e atos cívicos.
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FérulaObjeto semelhante ao báculo. O Sumo Pontífice usa uma em forma de cruz como insígnia. Alguns vigários usavam férula com um globo, simbolizando jurisdição.
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GaleroChapéu vermelho munido de várias borlas. Era o símbolo maior do cardinalato até sua abolição com o Motu Proprio de Paulo VI.
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GremialParamento quadrado usado pelos Bispos. Na forma ordinária, apenas para unções, imposição das cinzas e algumas outras ocasiões.
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Hábito TalarHábito usado pelos clérigos e religiosos ordinariamente. Exemplos são os hábitos beneditinos, franciscanos e também a batina.
ÍnfulasTiras pendentes da parte posterior da mitra e do triregnum.clip_image037
ManícotoPequeno paramento usado junto ao punho durante unções.
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ManípuloParamento cujo formato lembra o de uma pequena estola, usado no antebraço esquerdo pelo sacerdote durante a missa.
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MantelCapa negra com mozeta usada sobre a batina ordinariamente. Antes do Motu Proprio de Paulo VI podia ser violeta para os Bispos e vermelha para os Cardeais.clip_image042
MantelettaParamento usado nas vestes corais de alguns clérigos sobre roquete/sobrepeliz.
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MitraInsígnia Episcopal, usada à cabeça possui a forma de dois pentágonos unidos, munida de duas faixas na parte de trás: as ínfulas.
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MúleosSapatos vermelhos usados pelo Sumo Pontífice.
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MurçaPequena sobre-capa usada nas vestes corais sobre a sobrepeliz ou o roquete e sob a cruz peitoral. Sua cor varia de acordo com o grau hierárquico do clérigo.
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PálioInsígnia Episcopal usada ao redor do pescoço pelos metropolitas como símbolo de poder e jurisdição.
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PluvialCapa ampla com um feixe à frente, usado pelos clérigos em procissões e ocasiões litúrgicas fora da missa.
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PrelatícioChapéu ornado com borlas usado pelos clérigos. O número e a cor das borlas variam de acordo com o grau hierárquico do clérigo.
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RationaleParamento episcopal próprio de algumas Sés, usado sobre a casula e sob o pálio. "Rationale" ou "Razionale" também pode significar o feixe do pluvial (cf. Alamar)
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RoqueteParamento usado pelos prelados nas vestes corais sobre a batina e sob a murça.
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SegmentaeFaixa horizontal da dalmática que une as clavi (cf. Dalmática).
SobrepelizParamento semelhante a alva, curto e com mangas largas usados pelos acólitos ao servir a missa ou nas vestes corais de alguns clérigos.
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SolidéuPequeno chapéu em forma de calota usado pelos clérigos sobre a cabeça. Sua cor varia em relação ao clérigo.
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Sotainacf. Batina.
SudárioPequeno tecido preso junto ao nó do báculo de Abades e Abadessas.
Tabarrocf. Ferraiolo.
TonacellaParamento típico dos noviços franciscanos, usado sobre a alva.
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TriregnumObjeto formado por três coroas unidas, acimado por um globo e uma cruz. Usado pelo Romano Pontífice em ocasiões solenes, fora da liturgia. Não foi abolido, porém está em desuso.
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TúnicaEspécie de alva com gola fechada.
TunicelaParamento do Subdiácono (forma extraordinária).
Vestes coraisConjunto de vestimentas usadas pelos clérigos ao assistir celebrações sem oficiar nelas, chegar e sair solenemente da igreja, etc.
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Véu umeralUsado para segurar o Santíssimo Sacramento, relíquias e os santos óleos, o véu umeral consta de um paramento quadrado posto sobre os ombros.
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 VimpaParamento semelhante ao véu umeral, quadrado e posto nas costas. São usadas para portar as insígnias episcopais (mitra e báculo).
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Bento XVI: "A liturgia da Igreja tem sido para mim desde a minha infância, a atividade central da minha vida."


Teologia da Liturgia: "Opera Omnia" de JOSEPH RATZINGER, Vol. 11

"A liturgia da Igreja tem sido para mim desde a minha infância, a atividade central da minha vida." (BENTO XVI. Opera Omnia: Teologia della Liturgia. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, 2010)

A "Opera Omnia" de S. S. Bento XVI está organizada em 16 volumes. As publicações estão sendo feitas primeiramente na Alemanha. Contudo, a Libreria Editrice Vaticana já iniciou a publicação em língua italiana.

É importante salientar que dos 16 volumes, o volume da Liturgia é o de numero 11 e foi o primeiro a ser publicado. No Prefácio, o Santo Padre justifica esta sua escolha:
Quando eu decidi, depois de alguma hesitação, aceitar o projeto de uma edição de todos os meus trabalhos, eu estava imediatamente convicto que tinha que confiar uma ordem de prioridades ao Conselho Editorial e, portanto, o primeiro volume a ser publicado deveria ser o dos meus escritos sobre a liturgia. (BENTO XVI. Opera Omnia: Teologia della Liturgia, Prefacio da Edicao Italiana)
Ainda no Prefácio o Santo Padre comenta as controversias que surgiram após a publicacao do seu livro: "Uma introdução ao Espirito da Liturgia" e que constitui a publicação central deste Volume. Sobre este assunto o Santo padre confidencia que chegou a pensar em retirar da publicação o capitulo "O Altar e a orientação da oração na Liturgia" pois muitos reduzem a reflexão do então cardeal a um desejo de ver novamente a Missa Celebrada "de costas para o povo" (Sobre esta expressão vide: Por que é inadequado dizer que o padre celebra "de costas para o povo" na Missa Tridentina?). O proprio Papa afirma qual era o seu interesse naquele momento:
O resultado é bastante claro: a idéia de que o padre e as pessoas devem olhar-se mutuamente em oração surgiu apenas no cristianismo moderno, e é completamente estranho à antiga. O sacerdote e o povo certamente não rezam um ao outro, mas para o único Senhor. Então na oração olham na mesma direção: ou para o Oriente como um símbolo cósmico do Senhor que vem, ou onde isso não for possível, em direção a uma imagem de Cristo na abside, ou ainda a uma cruz, ou simplesmente para o céu, como o Senhor fez em sua oração sacerdotal da véspera de sua paixão (Jo 17, 1). Enquanto isso está, felizmente, sendo aceita cada vez mais a proposta que fiz no final do capítulo do meu livro: não avançar com novas transformações arquitetonicas, mas simplesmente pôr a cruz no centro do altar, para a qual possamos, sacerdotes e fieis, olhar juntos e nos deixar guiar de tal modo que juntos rezemos voltados para o Senhor. (BENTO XVI. Opera Omnia: Teologia della Liturgia, Prefacio da Edição Italiana)
Esperamos que esta grande colaboração do Santo Padre auxilie de forma efetiva nas ações litúrgica das nossas em nossas paróquias.

Após esta belissima comprovação do amor que o Santo Padre tem pela liturgia torna-se quase evidente que estamos vivenciado o Pontificado do "Papa da Liturgia". Assim, como São Pio X tornou-se conhecido como o Papa da Eucarista!

Roquete e Sobrepeliz

Introdução
Roquete e sobrepeliz são duas vestes muito semelhantes. Seus papéis também podem se confundir. Apresentamos aqui a história de tais peças de maneira resumida. Tratamos ainda de seus usos na liturgia e suas principais diferenças.
O Roquete

Do que se trata
Trata-se de uma "túnica" de cor branca. Geralmente feita de linho fino ou tecido semelhante. Atinge os joelhos. Distingue-se da sobrepeliz principalmente pelas mangas mais estreitas, frequentemente enfeitados com rendas. Pode ser forrada nos punhos e/ou na barra.

Roquete com punhos forrados de vermelho
Quem usa e como usa
Esta peça é usada na atualidade por bispos e alguns prelados. Entretanto o direito de usar pode ser concedido à outros: como os cônegos da igreja catedral. Seu uso se dá com as vestes corais. Não é uma veste sacra, não podendo ser utilizado como um substituto para o sobrepeliz. Quando o bispo se troca, pode manter o roquete sobre a batina, colocando sobre eles o amito, a alva e os demais paramentos. Não pode, porém usar a sobrepeliz sobre o roquete, no caso de administrar algum sacramento.

Cardeal em vestes corais com roquete

História
As primeiras conhecimento do uso do Roquete datam do século IX. Trata-se de um inventário dos paramentos do clero romano. Neste ele é chamado "camisia". O nome "rochettum" apareceu em Roma no século XIV, não demorou muito para substituir todas as demais denominações.
Fora de Roma, tal paramento também era usado. No império franco (século IX) , como "Clericalis alba"; e na Inglaterra (século X), sob o nome de "oferslip". No início do século XII, o Roquete é mencionado por Gerloh de Reichersperg como "Talaris túnica". A partir do século XIII em diante, é frequentemente encontrado nos textos sobre liturgia.Um bom exemplo da "camisia" do século XII é o Roquete de Thomas Becket, o único sobrevivente medieval.

Roquete de Thomas Becket

O IV Concílio de Latrão prescreveu seu uso para os bispos que não pertencem a uma ordem religiosa, tanto na igreja quanto em todas as demais aparições públicas.
Significado
Com o resumo de seu uso aos bispos e alguns prelados, o roquete ganhou ao longo do tempo, o significado de autoridade e jurisdição.

Protonatário apostólico com manteleta sobre roquete em São Pedro

Papa em vestes corais com roquete, detalhe nas mangas com renda

Dom Eugênio Cardeal Sales com roquete na posse de Dom Orani

O então cardeal Ratzinger com roquete
Pio XII com roquete

D. António Barreto, Bispo do Porto (Portugal)

Papa João XXIII

Bispos de roquete nas vestes corais
A sobrepeliz
Do que se trata
Veste branca usada pelos sacerdotes em rituais que não se juntou à missa, por vários ministros no exercício de suas funções. A liturgia sempre quis colocar uma veste branca como base, à semelhança dos 24 anciãos que estão nos céus em volta do trono do Cordeiro (Ap 4, 4).
Não se sabe ao certo, o início do uso da sobrepeliz. Sem dúvida era originalmente uma veste reservada para procissões enterros e ocasiões semelhantes. Na Inglaterra e na França, já era encontrada no século XI. Na Itália, somente no século XII. Fora usada em casos isolados, como na administração de alguns sacramentos. Ao fim deste século já era característica do baixo-clero em suas funções litúrgicas. A vestição da sobrepeliz sobre os clérigos após a tonsura é descrita nos livros litúrgicos nos séculos XIV e XV. Os agostinianos tiveram, certamente,um papel fundamental na propagação do uso da sobrepeliz, usando-a nos serviços litúrgicos e como parte do próprio hábito. Nesta última função a sobrepeliz foi sendo substituída pelo escapulário. Originalmente, a sobrepeliz era uma vestimenta longa chegando aos pés, no século XIII começou a se reduzir, até atingir a forma que tem hoje. Seu nome se deve aos países nórdicos, onde era endossada sobre roupas de pele, por conta do clima frio.
Acólitos
A sobrepeliz é usada por acólitos que servem à missa como turiferário, cruciferário, ceroferário, etc, tanto na forma ordinária como na forma extraordinária do rito romano. Conforme era usada pelos agostinianos e posteriormente em toda a Itália, no fim do século XII.

Forma ordinária do rito romano celebrada pelo Papa Bento XVI
Acólito servindo na forma extraordinária do rito romano
Idem
Cerimoniários
Um dos casos mais notáveis do uso da sobrepeliz é pelos cerimoniários. Eles endossam a sobrepeliz sobre o hábito talar que lhes é conveniente. Abaixo tem-se algumas fotos dos cerimoniários pontifícios usando sobrepeliz.
Cerimoniários assistindo ao papa durante o rito do lava-pés. Observe que Mons. Guido Marini (à direita) usa sobrepeliz com renda e não roquete. Observe as mangas: são largas.
Na celebração da sexta-feira santa, durante o rito da adoração da Santa Cruz.
Vestes corais
Nas vestes corais o roquete pode ser substituído pela sobrepeliz, conforme determinação da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.
Papa em vestes corais com sobrepeliz
Cardeal Serafim com vestes corais cardinalícias com sobrepeliz.
Cardeal Serafim com sobrepeliz com renda em Vitória
Administração dos sacramentos
Sempre que o sacerdote confere algum sacramento for da missa, faz uso da sobrepeliz sobre hábito talar e com estola. A cor desta de acordo com o sacramento em questão. Tal prática é antiga e já encontra na Itália no século XII.





Diáconos, Presbíteros e Acólitos assistentes
Na forma extraordinário do rito romano, os diáconos-assistentes usam sobrepeliz. Eles vestem-se ainda com batina e dalmática ao desempenharem sua função. Deixam à mostra, a parte inferior da batina.
De igual maneira, o presbítero-assistente e os acólitos-assistentes usam a sobrepeliz sob o pluvial; o primeiro com amito.
À frente do bispo, os dois diáconos assistentes e o presbítero assistente.
Procissão: os diáconos assisntes à frente do bispo. Podemos observar claramente as sobrepelizes.Pontifical ao trono na forma extraordinária, os diaconos-assistentes estão à frente com dalmáticas

Diferenças básicas
Concluindo esta pequena esplanação acerca dessas duas vestimentas. Gostaria de enfatizar as diferenças básicas entre os atuais modelos de roquete e sobrepeliz. O primeiro é estreito, apresenta grande quantidade de rendas e notavelmente mandas unidas às da batina. A sobrepeliz é mais larga, não possui necessariamente rendas e, se as possui, é em menos quantidade. As mangas são mais largas e não rentes às da batina. Abaixo detalhe das mangas:

Roquete
Sobrepeliz
Bibliografia:
  • Decreto da Congregação dos Ritos de 10 de janeiro de 1852
  • M. Magistretti, vestuário igreja em Milão, II ed., Milão 1905, pp. 30-34: G. Braun, suas vestes, trad. ital., Turim 1914, pp. 81-84, E. Roulin, Linges. insignes et liturgiques vêtements, Paris 1930, pp. 28-34
  • M. Magistretti, Delle vesti ecclesiastiche in Milano, II ed., Milano 1905, pp. 30-34: G. Braun, I paramenti sacri, trad. ital., Torino 1914, pp. 81-84; E. Roulin, Linges. insignes et vêtements liturgiques, Parigi 1930, pp. 28-34.Enciclopedia Cattolica, IV, Città del Vaticano, 1950.
  • http://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Surplice
  • http://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Rochet